Com os tribunais a trabalhar apenas a meio gás, e com muitas empresas a verem-se a braços com dificuldades financeiras, a vida dos advogados começa a complicar-se, sobretudo porque também não têm qualquer tipo de apoio, ao nível da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores ou da Segurança Social.
De acordo com António Danado, advogado com escritório em Montemor-o-Novo, “há uma luta, neste momento, dos advogados”, tendo em conta a discriminação que sentem que estão a ser alvo.
“Embora os tribunais, em Estado de Emergência, devam estar abertos, não estão, de facto. As pequenas empresas com quem trabalhamos, a sua capacidade está cada vez mais diminuída e pagar ao advogado não é propriamente a prioridade”, revela Danado.
No seu caso em concreto, o advogado garante que, até então, e por “não se tratar de atendimento ao público por natureza”, todos os serviços se têm mantido, ainda que com algumas restrições. Uma das sócias, assim como uma das funcionárias do escritório, encontram-se em regime de teletrabalho, sendo que ficaram suspensas todas e quaisquer reuniões solicitadas pelos clientes.
“A situação financeira é grave para todos os advogados, sobretudo para aqueles que vivem da barra, isto é, aqueles que fazem apoio judiciário”, garante ainda Danado. Quanto à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, António Danado lembra que, nesta altura, os profissionais não recebem qualquer tipo de apoio financeiro e ainda são obrigados a pagar uma contribuição mínima de 250 euros.
A Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, até ao momento, apenas decretou medidas excepcionais de apoio aos beneficiários que tenham de ficar em quarentena ou em internamento hospitalar por causa do novo coronavírus e o adiamento, por três meses, do pagamento das contribuições para os profissionais em isolamento profilático.