A ideia de uma potencial inscrição da Décima na Lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade, a apresentar à UNESCO, vai ser apresentada este domingo, dia 1 de fevereiro, pelas 15.30 horas, na Casa do Povo, em Aldeira de Orada, concelho de Borba.
Aproveitando os 92 anos de António João Morgado, poeta popular e último tocador de guitarra dos Bonecos de Santo Aleixo, a Junta de Freguesia de Orada, Associação de Desenvolvimento Montes Claros e Europalop Centro de Estudos para o Desenvolvimento, com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, vão lançar esta candidatura que incluirá o Teatro dos Bonecos de Santo Aleixo, a Décima memorialista e a Décima improvisada, assim como formas de improviso que estão praticamente à beira da extinção.
A décima, para além de ser o texto maior da poesia popular/tradicional alentejana, possui também uma forte representatividade em toda a Ibero-América. Em muitos países da América do Sul e Central é, inclusive, considerada como o texto poético nacional.
Procurando a boa prossecução desta intenção e a construção de uma candidatura séria, que possa reunir diversos países, encontra-se já em desenvolvimento um conjunto de acções tendentes a implementar no terreno um plano de salvaguarda para este património que corre sério risco de extinção: a décima, o Teatro dos Bonecos de Santo Aleixo e a palavra poética improvisada.
Esta potencial candidatura, que terá a designação de «Cantos de Improviso, Diálogos de Paz entre Culturas», será apresentada pelo antropólogo Paulo Lima, coordenador da candidatura do Cante Alentejano a Património da Humanidade, reconhecimento obtido em novembro passado, bem como da candidatura conducente à inscrição do Fabrico de Chocalhos na lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade com necessidade de salvaguarda urgente da UNESCO, submetida pelo Estado português em 2013 e cujo veredicto se conhecerá no final deste ano.