A mudança de comando técnico em O Elvas Clube Alentejano de Desportos concretiza-se entre ontem e hoje, quarta-feira dia 4: ontem ao princípio da noite, Emanuel Baleizão despediu-se do plantel azul-e-ouro e João Cristo dirigiu o treino, enquanto 24 horas depois o balneário elvense vai assistir à apresentação de Jorge Vicente (na foto ao lado) que já comanda o treino seguinte.
Vicente regressa a Elvas com uma curiosidade inicial: na época passada estreou-se a 9 de dezembro (goleada caseira, 9-1 ao Montargilense) e esta temporada faz a estreia dia 8 do mesmo mês (em Lisboa, com o Futebol Benfica).
Há um ano, quando Jorge Vicente tomou o comando do grupo, O Elvas tinha oito jogos, com seis vitórias e duas derrotas (Mosteirense fora e Gafetense em casa). Seguiram-se 20 jogos para o campeonato, com 18 vitórias (15 consecutivas!) e dois empates caseiros (Campomaiorense e Crato). No final, foi campeão distrital e ganhou a Supertaça; nem a Taça da Associação lhe fugiu, pois a equipa já tinha sido eliminada da prova, quando chegou à cidade Património Mundial.
Quanto a Emanuel Baleizão (na foto ao lado direito), atravessou dois períodos de inferno e uma fase de sonho. A primeira série de maus resultados já vinha da pré-temporada (em especial pelas quatro derrotas com Moura e Castelo Branco, que já indiciavam um arranque frouxo) e os resultados dos jogos oficiais confirmaram as suspeitas: duas derrotas (1º de Dezembro e Oriental) para o campeonato, intervaladas com a eliminação da Taça de Portugal (Barreirense, em casa).
Porém, os quatro encontros seguintes, onde a equipa conquistou nove dos atuais dez pontos, deixaram o técnico a sonhar, com a chegada ao quarto lugar, após três triunfos (Futebol Benfica, Sintrense e Praiense) e uma derrota por 1-0 no campo de um candidato (Operário).
O inferno regressou e ficou até ao fim, nas cinco partidas seguintes: quatro derrotas com três goleadas (Casa Pia 7-0, Ideal 4-0, 1º de Dezembro 3-1 e Oriental 0-6), apenas um ponto conquistado (empate caseiro com Loures) e um incrível saldo de golos, com dois marcados (por Lourinho) e 21 sofridos!
Como quase sempre, no mundo do futebol, a direção de O Elvas decidiu pelo óbvio: rescindir com o técnico anterior e chegar a acordo com um treinador que, além da boa temporada anterior, tem experiência e apresenta resultados em campeonatos nacionais. Após as saídas de Réné e Aricson, ganha forma uma evidência: o plantel do Clube Alentejano de Desportos necessita de qualidade. Resta conhecer os números azuis-e-ouro, ou seja: a disponibilidade financeira do clube, para reforçar o grupo ao dispor de Jorge Vicente.