CCDR Alentejo quer que porto de Sines seja Estratégico

CCDRO vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, Roberto Grilo, defendeu a inclusão do Porto de Sines como porto estratégico a incluir na rede Global da Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), por forma a potenciar a integração da ligação ferroviária de mercadorias Sines Madrid, no próximo quadro de financiamento 2014-2020.

Esta posição da CCDR do Alentejo identifica-se com a estratégia ferroviária europeia que deve incluir os principias portos comunitários nesta rede global. Para o Alentejo esta matéria  é também essencial para assegurar a coesão económica, social e territorial.

A resolucão adoptada no âmbito desta reunião do Bureau Político da Comissão do Arco Atlântico da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas (CRPM), será enviada aos Governos Nacionais, ao Parlamento Europeu e à Comissão Europeia, com o objectivo de que seja tida em conta na última fase das negociacões sobre o regulamento que regerá a rede transeuropeia de transportes a partir de 2014.

O itinerário ferroviário Sines – Elvas-Caia -Madrid é de importância estratégica para Portugal, tem como objectivo estabelecer uma ligação ferroviária para o tráfego de mercadorias entre o Porto de Sines e Espanha e daí para o resto da Europa, contribuindo assim para a melhoria da capacidade do Porto de Sines (e do arco Sines – Setúbal-Lisboa) e da sua competitividade internacional (pelo alargamento da sua área de influência ao centro da Península Ibérica).

Reforçando o papel da ferrovia no transporte internacional de mercadorias, esta ligação possibilitará a estruturação das acessibilidades do País quer internamente, quer relativamente ao exterior, facilitando o funcionamento em rede e articulando os diferentes modos de transporte numa lógica de complementaridade, especialização e eficiência, com efeitos muito positivos na economia e no ambiente (transferência de carga da rodovia para a ferrovia).

Roberto Grilo argumentou na sua defesa do porto de Sines, a importância deste como porto de águas profundas, com fundos não assoreáveis, que detem uma posição geo-estratégica fundamental como porta Atlântica da Europa, agora reforçada com a ampliação do Canal do Panamá, para além do seu papel desenvolvido na “autoestrada do mar” que liga Sines a La Spezia (Itália).

A atracção de novos fluxos de mercadorias por parte do transporte ferroviário passa, sobretudo, pela sua integração em cadeias de transporte intermodais, nomeadamente marítimo-rodo-ferroviárias, maximizando e valorizando as capacidades e vantagens específicas de cada modo de transporte nos diferentes segmentos que compõem a ligação entre as origens e destinos servidos, de que Sines detém uma posição privilegiada, e a visão agora defendida pela CCDR Alentejo reveste-se da maior importância para assegurar a coesão económica e social da região.

Na reunião realizada em Nantes foi aprovada a contribução da Comissão do Arco Atlântico para o Plano de Acção da Estratégia Atlântica, que visa promover o crescimento e o emprego sustentável na fachada atlântica, assim como criar uma Macro-Região, na qual se integrem as comunidades e regiões dos cinco países da UE com fachada atlântica. Na sua contribuição, as regiões atlânticas solicitaram que a Comissão Europeia tome em consideração os cinco eixos prioritários identificados pelas Regiões e que se referem à acessibilidade e aos transportes no espaço atlântico, às indústrias marítimas, ao meio ambiente, ao I+D+i e ao poder de atracção dos territórios.

A Comissão do Arco Atlântico é uma das 6 Comissões geográficas que compôem a Conferência de Regiões Periféricas Marítimas (CRPM) e integra 21 regiões de Portugal, Espanha, França, Reino Unido e Irlanda.